Terno Rei no Sesc Santana
02.02.2020 - Violeta um ano depois
Eu sempre vi o Terno Rei em palcos pequenos. Tocando em festivais de bandas brasileiras em salas apertadas. Palcos divididos, improvisados. Sendo banda de abertura para atrações internacionais. Dificilmente a atração principal.
Agradeço pois foi assim que os conheci e nunca me decepcionei. Cada vez que esbarrava com eles me fascinava mais. E pela primeira vez tive a oportunidade de vê-los num palco só deles.
E que diferença isso faz.
Eu ainda não tinha visto nenhum show desde o lançamento do Violeta. Meu primeiro contato com a tour acabou sendo no aniversário de um ano do álbum, com direito a duas noites no Sesc Santana. Desde então eles já tinham tocado num Auditório Ibirapuera lotado e tinham sido escalados pro Lollapalooza 2020.
Na segunda noite no Sesc Santana, caiu uma bela tempestade de verão pouco antes do show. As ruas ao redor ficaram inacessíveis e quem ainda não tinha chegado não tinha mais como entrar.
Muitas cadeiras vazias e minutos de atraso, que imaginamos ser para aguardar a chegada da plateia presa na chuva lá fora. Depois ficamos sabendo que o baterista tinha ficado ilhado fora do Sesc e atravessou bravamente a enchente para tocar.
E agora era uma noite só do Terno Rei.
O Violeta encontra a banda com o som maduro, consolidado. Mais curto e consistente do que seus antecessores, tem melodias certeiras e memoráveis. Com excelentes luzes e projeções, o álbum foi tocado na íntegra. Dos álbuns anteriores, só Sinais apareceu no setlist.
Dia Lindo foi um momento de beleza sem igual. Quando acabou, música que na versão de estúdio tem menos de 2 minutos, um verso e um refrão, alguém gritou: "Toca de novo!". Tenho certeza de que todos ali compartilhavam do sentimento. E mesmo quando o bis acabou, as luzes se acenderam e as ruas ao redor do Sesc foram liberadas, a sensação permaneceu.